Existem
muitas Marias em mim
Em
cada Maria, muitas histórias
Em
cada história, uma vida
Vida
Maria.
Lá
vai, lá vai Maria, pelo mundo outra vez
Tentando
de novo ser Maria.
Fui
Maria menina, menina doce e moleca,
que
brinca de panela e boneca,
subiu
em árvore e correu com perna de pau,
bola
de gude e quartel general.
Fui
Maria moça, moça ousada e levada,
em
teatro de comédia,
do
absurdo da vida à tragédia,
subvertendo
a ordem
em
show de banda de rock.
Fui
Maria mulher, dedicada e amiga,
Maria
sagrada, Maria profana.
Maria
da vó, da mãe e das filhas
Sou
Maria de mim mesma.
Maria
que roeu a corda e que enfrentou enchente,
Todas
as Marias ainda vivem em mim
Sou
eu mais que a soma das partes
Sou
eu Maria dos Anjos, Maria das Dores, Maria das Artes.
Maria,
que nem é meu por batismo,
Mas
tomo emprestado de todas as Marias do mundo
Assim,
me apresento a quem me é apresentado.
Em
cantigas, em versos ou prosa
Não
nego a luta nem fujo à prova.
Me
lanço na aventura e corro mundo afora
Me
afirmando Maria, ontem e agora.
Existem
muitas Marias em mim
Em
cada Maria, muitas histórias
Em
cada história, uma vida
Vida
Maria.
Lá
vai, lá vai Maria, pelo mundo
Tentando
ser Maria outra vez.
Por: Gisele Nunes