Elisa Machado lê Silencio meu, por Gisele Nunes
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
quarta-feira, 23 de março de 2016
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Existem pessoas com alma de borboleta.
Ilha Grande - RJ 2016 |
Borboletas são inquietas:
Inquietude não significa inconstância, insatisfação
ou infidelidade. Quem ama alguém com alma de borboleta não precisa ficar
inseguro ou sentir-se enciumado. Sua aprendizagem se constrói a partir do
contato com o mundo. Borboletas conhecem o seu jardim, sua casa, sua família,
mas precisam interagir. Amam profundamente suas flores e sabem que elas são a sua
razão de existir.
Borboletas são alegres:
Adoram "borboletear", se estiverem sós
serão absolutamente felizes, mas acompanhadas são capazes de promover um
lindo espetáculo de Ballet.
Borboletas são coloridas:
As borboletas recebem amorosas vibrações do criador
para compartilharem com o mundo, colorindo o caminho. São coloridas, mas cada
qual externando sua particular vibração: cada uma é única, o conjunto da obra
constitui a diversidade.
Eu tenho alma de borboleta! Borboleta azul em
flores vermelhas.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Homem Irracional
Quando
se está verdadeiramente apaixonada, o mais importante é estar junto ou, ainda
que distante do outro, estar conectado de alguma forma. Fico pensando, então, o
que é pior para uma mulher apaixonada: ser abandonada na porta do altar ou na
porta do cinema.
Gabriela
ficou horas esperando para se casar, pois o noivo tomou um pileque na despedida
de solteiro e quase teve um coma alcoólico. Mesmo assim apresentou-se com
atraso, munido do comprovante de internação. Casaram-se.
Carolina,
melhor amiga de Gabriela, conheceu um moço elegante num dia de agosto,
inteligente e carinhoso, sempre muito atencioso, um lindo menino que a cativou.
Foi numa noite fria de inverno que se encontraram quase ao acaso. Sua gentileza
e sorriso aproximaram os seus corações. A chuva fina e o frio aproximaram os
seus corpos. Marcaram então um cinema para a semana seguinte.
No
dia marcado investiu algumas horas nos preparativos e no translado até o local
marcado. A hora do filme se aproximava e ele não chegava. Ela, já inquieta,
comprou os ingressos e depois a pipoca. Já chegava a um nível de ansiedade que
comia a pipoca antes mesmo de entrar no cinema. Enfim chegou... Chegou uma
mensagem no seu celular:
“Tive
um imprevisto esta semana no meu trabalho, não conseguiria chegar a tempo.”
Como
assim “um imprevisto esta semana?” Poderia ter avisado no dia anterior, até por
telefone, pensou Carolina. Lembrou-se da amiga Gabriela e da história do seu
casamento, tentou consolar seu coração, mas foi inevitável interpretar a
mensagem subliminar:
“Eu
não sabia bem se queria ir ao cinema com você, como estava aqui nessa dúvida e
só agora decidi que realmente não quero, mas não sabia como dizer, eu aproveito
o imprevisto pra ir embora. Por favor, não insista.” Assinado: imaginação da
Carolina.
Sentou-se
na rua, no meio fio em frente ao cinema, com o saco de pipocas nas mãos, chorava
compulsivamente. Ligou pra amiga Gabriela que se comprometeu com o seu resgate,
acabada e abandonada na porta do cinema. Em meia hora Gabriela chegou e se
deparou com a cena: Carolina desfigurada, desolada e descabelada. Até o
pipoqueiro fazia afagos e dizia que ia ficar tudo bem.
Gabriela,
grande amiga, procurou ser razoável, dizia que isso acontece e que deveria ser
compreensiva, que o motivo era plausível e logo ele se retrataria.
_
Amiga, eu investi meu sentimento, gastei horas me preparando para o encontro,
fui ao salão fazer as unhas e depilação meia perna...
Gabriela
interrompeu a fala da amiga descabelada e parou de tentar amenizar as coisas,
partiu para o ataque:
_
Nunca desperdice a depilação de uma mulher! Pare de chorar por alguém que não
te merece! E veja se da próxima vez que marcar algo com alguém marque o bom e
tradicional barzinho.
Carolina apenas queria que percebesse que era
ele o ator principal com direito a indicação ao Oscar, o filme era apenas o
coadjuvante naquele encontro. Numa atitude adolescente, ligou pra ele
dizendo-lhe que “é um homem irracional e insensível” e nem deu tempo para que
respondesse. Bloqueou-o no celular, desfez a amizade no facebook, excluiu todas
as mensagens e vestígios de sua passagem em sua vida. Do meteórico romance só
restou essa crônica, nenhum filme será rodado.
Nota: Homem Irracional, filme do gênero drama dirigido por Woody Allen, EUA - 2015.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Final feliz
Rebeldia da Helena |
Minha
pequena Helena sempre revisa meus textos. Encerrada uma nova crônica chamei-a
para fazer a revisão. Leu com o cuidado e o carinho costumeiros, pelo
caminho da leitura ia corrigindo a pontuação. A história tinha apenas dois personagens:
um moço com ar de formalidade e uma menina decididamente apaixonada.
Helena chegou
ao final da leitura e disse não ter entendido. Releu a história. O final era sutil, deixando
livre a interpretação ao leitor. Na condição de autora, para mim estava muito claro:
a menina morria no final.
Dizia a história que anoitecia, ela dormiria para sempre, cansada de tanto esperar a volta de seu grande amor. Não era qualquer desfecho de vida e nem havia morrido de amor, era uma morte sublime. Seu coração estava repleto e preenchido, envelheceu e simplesmente partiu sem dor ou agonia, ainda que solitária.
Dizia a história que anoitecia, ela dormiria para sempre, cansada de tanto esperar a volta de seu grande amor. Não era qualquer desfecho de vida e nem havia morrido de amor, era uma morte sublime. Seu coração estava repleto e preenchido, envelheceu e simplesmente partiu sem dor ou agonia, ainda que solitária.
Fofura aparente! |
Eu gosto de
filme triste porque prefiro chorar com a ficção!
Mas a minha
pequena revisora, num ato de pura rebeldia e subversão, me fez mudar o final da
história. Manda quem pode, obedece quem tem juízo: eu nunca sei onde coloco as
vírgulas, uso todas as reticências do mundo e dez pontos de exclamação. Então,
terminei a história dizendo:
_
Boa noite, meu bem. Durma com anjos! Espero-te amanhã e depois também!
_ Ahhh, agora sim!
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